Através da poesia faço política
na tentativa de despertar mentes paralíticas,
mentes que mentem,
mentes atrofiadas,
mentes manipuladas.
Mentes!
Eu sei que mentes.
Mentes ao dizer que sentes o que sentes,
mentes descaradamente!
Vou atacar o teu juízo
dizendo aquilo que não costumas ouvir...
Vou fazer uma guerra de elucidação,
Te bombardear de ideias.
Te ferir com a faca do espanto!
Chega de demagogia!
Chega de hipocrisia!
Chega de hipocondria!
Se o Estado está mal, a culpa também é tua.
Teu estado é deplorável,
Tua passividade é lamentável.
Este país é feito por ti:
Tu que crês,
Tu que sentes,
Tu que fazes o bem e o mal emergir.
Neste país, assim...
Exótico, apolítico, católico,
despótico, colonial, industrial,
rural, bonito,poético, prosaíco,
com milhões de analfabetos,
sem terra, sem comida, sem trabalho,
sem teto, sem riso,
com choro
e carnaval.
(Ferreira Nunes)
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
DO AUTOR AO LEITOR
Este livro é meu corpo e meu sangue. Nele inscrevo uma parte de minhas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas; se é que há vitórias e derrotas. Na descoberta do cotidiano, compreendo que todas as nossas experiências são momentos para aprender. Pois bem, estou aqui, a ensaiar minhas primeiras poesias. Este livro contém poesias escritas entre 2002 e 2005, deste modo, o amigo(a) não se surpreenda se constatar uma grande diferença na qualidade formal e estética de algumas delas, pois durante durante esse tempo muita coisa mudou em mim, e consequentemente, no meu fazer poético, que, penso eu, evoluiu bastante:as leituras, a pesquisa estética e a prática as fizeram metamorfosear-se.
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